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Jesus Cristo – Tratado da Salvação

Soteriologia é o tratado da sotería ou da salvação. É o estudo da obra salvífica de Cristo. Na Sagrada Escritura, é chamada de Redenção ou Obra Redentora. Estudaremos a Redenção sob dois aspectos: o físico-místico e satisfatório ou propiciatório.

A Redenção Físico-Mística

O fato de que Deus se fez homem e viveu as etapas da vida de um homem desde a conceição no seio materno até a morte é obra de Redenção. Com efeito, pelo contato mesmo com a natureza e as etapas da vida humana, Deus divinizou ou deu sentido novo – recriou – tudo o que é do homem à semelhança do fogo, que torna ígneo tudo o que ele atinge, ou ainda à semelhança do bálsamo, que torna perfumado tudo que ele penetra. Consideremos os diversos aspectos desta obra:

A Encarnação e o Batismo de Jesus

1. Pela encarnação, Cristo foi constituído substancialmente mediador, isto é, pela sua própria existência, Cristo exerce mediação. A união e a reconciliação entre Deus e os homens estão realizadas em raiz. Nenhuma criatura pode voltar a Deus senão por Cristo. Tudo neste mundo é avaliado em função de Cristo. Todo o universo converge para Cristo e se recapitula nEle (cf. Cl 1, 16s). Pela Encarnação, todo o universo foi consagrado e teve início a deificação dos homens; a Encarnação tornou os homens consanguíneos com o Filho de Deus;

2. O Batismo de Jesus foi o ato de obediência e humildade, em antítese à soberba do primeiro pecado. Batizar significa submergir, ao qual se segue um emergir. Assim, o Batismo de Jesus é um compêndio de toda a vida de Cristo: humilhação e exaltação. O Batismo de Jesus foi também a santificação das águas para que estas se tornassem o sacramento da nossa regeneração. Consequentemente, o nosso Batismo também é a aceitação da morte por ascese; comprometemo-nos, então, a morrer com Cristo para o pecado;

A Pregação e os Milagres de Jesus

3. A pregação de Cristo tornou-se plena comunicação da Palavra de Deus aos homens. Cristo é a Palavra (cf. Jo 1, 1) e a Imagem (cf. Cl 1, 15) do Pai, que, por sua existência terrestre, nos revela o Pai;

4. Os milagres de Jesus nos Evangelhos não são mera demonstração de poder. Milagre tem sua origem no latim (miraculum) e significa aquilo que provoca admiração. Ao realizar um milagre, Jesus demonstrava seu domínio sobre a natureza e quis significar que Ele vinha recriar o homem, restaurando na sua integridade a natureza vulnerada (machucada) pelo pecado. Os milagres de Jesus estavam profundamente inseridos na pregação do Senhor. A ressurreição deveria ser o sinal por excelência que atenderia aos anseios dos fariseus.

A Redenção Propiciatória (Paixão)

A obra salvífica de Cristo foi uma só desde a Encarnação até a Ascensão. Por isto, a Encarnação e as diversas fases tanto da vida oculta como da vida pública de Jesus deviam culminar na morte e ressurreição. Principalmente estas duas etapas finais estavam intimamente associadas entre si, a tal ponto que os antigos gregos falavam de Páscoa na Cruz e Páscoa na Ressurreição.

1. O sentido mais profundo da morte de Cristo é o da manifestação suma do amor de Deus aos homens. A morte de Cristo não foi apenas propiciação oferecida ao Pai pelos pecados, mas algo cuja iniciativa se deve ao próprio Pai. Foi Ele, o Pai, quem nos predestinou em Cristo. Ao amor do Pai corresponde o amor do Filho, que na cruz se exprime num sim ao Pai e na restauração da vida dos homens;

2. A morte de Cristo foi também sacrifício de propiciação e reconciliação oferecido ao Pai em favor dos homens. Cristo, Sacerdote desde o primeiro instante da sua Encarnação, ofereceu um sacrifício perfeito. Desde a sua entrada no mundo, Ele mesmo era a vítima consagrada pela união com o Verbo. Cristo exerceu um ato livre de entrega ao Pai. A sua morte não foi um fato inevitável, como a dos demais homens. Assim, a morte de Cristo é mesmo mais preciosa e grandiosa do que a dos mártires. A entrega total de Cristo foi o reconhecimento do domínio de Deus e da sujeição do homem que o primeiro Adão recusou. A morte violenta de Cristo na cruz é a manifestação mais pungente do contraste que existe entre a santidade de Deus e a hediondez do pecado, que é tão horrendo quanto é dolorosa a morte de cruz;

As 3 Vitórias de Cristo

3. A morte de Cristo foi vitória sobre o pecado, a morte e o diabo:

3.1 Vitória sobre o pecado: a carne foi o instrumento pelo qual o primeiro Adão pecou no início da história. Tornou-se sede da miséria humana. Ora, precisamente Deus quis salvar os homens mediante a carne, a fim de vencer o pecado através do instrumento mesmo do pecado;

3.2 Vitória sobre a morte: Cristo inocente nada devia à morte. Por isso, ela não O pôde vencer; só podia servir à glorificação de Cristo. Ela ainda permanece no mundo e domina cada homem, mas servindo para a nossa glorificação ou passagem para o Pai;

3.3 Vitória sobre o demônio: este foi despojado do seu poder. Desde a tentação do deserto até a cruz, quis dominar Jesus. Mas foi vencido. Tal derrota é ilustrada pelos Padres da Igreja mediante a seguinte imagem: a santíssima humanidade de Cristo, semelhante à dos demais homens, exceto no pecado, foi apresentada ao demônio como isca. O Maligno abocanhou-a com avidez, julgando fazer mais uma presa; todavia, não percebera nela o anzol da Divindade. A sua fisgada, aparentemente vitoriosa, tornou-se-lhe fatal.

A tríplice vitória de Cristo sobre o pecado, a morte e o demônio trouxe ao mundo PAZ, que é a mensagem essencial de Cristo (PAZ – SHALOM).

Escrito por Equipe Tenda do Senhor

Grupo de Oração Tenda do Senhor

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