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Santo Tomás de Aquino

Santo Tomás de Aquino nasceu no castelo familiar de Roccasseca, na Sicília, em 1225.

Seu pai, Landolfo de Aquino, foi casado, em segundas núpcias, com dona Teodora, e teve com ela nove filhos (quatro meninos e cinco meninas), sendo Santo Tomás de Aquino o caçula dos meninos. Por isso, foi destinado a ser padre, de acordo com um costume que ainda existia na época.

Montecassino

Seu pai, talvez pensando em vê-lo um dia abade, isto é, superior de uma abadia ou comunidade de monges, o colocou como oblato (aspirante à vida monástica) na abadia de Montecassino, situada perto do castelo de Roccasecca. 

Aos seis anos de idade, como oblato em Monte Cassino, certamente espantava os monges perguntando “Quem é Deus?”

Monte Cassino era então uma posição estratégica e, nessa época, em 1239, o exército alemão ocupou a abadia. Santo Tomás de Aquino, por motivo de segurança, foi então retirado por seus pais e enviado à capital do Reino da Sicília, Nápoles, para prosseguir seus estudos.

Santo Tomás de Aquino fez o curso de artes liberais na Universidade de Nápoles e entrou em contato com os dominicanos, resolvendo-se a uma “mudança de hábitos”, isto é, em vez de continuar ligado aos monges da Abadia de Montecassino, tornar-se um frade pregador.

Para a nobre família era uma vergonha ver um Aquino mendicante, mas nada alterava seu desejo em ser dominicano. 

Mudança de Hábito

Sua mãe (seu pai já tinha morrido) é que não gostou nada da história. Dona Teodora foi às pressas para Nápoles e, depois para Roma, a fim de fazê-lo voltar atrás.

Mas não conseguiu alcançar Santo Tomás de Aquino e então mandou chamar os irmãos dele, que serviam no exército do Imperador Frederico II, para procurar retomar a posse de seu irmão e reconduzi-lo a ela sob uma boa escolta, pois os Pregadores o tinham revestido com seu hábito e afastado do reino.

Santo Tomás de Aquino foi obrigado a ficar em prisão domiciliar por mais de um ano, durante o qual sua família teria tentado de tudo um pouco para fazê-lo mudar de ideia. Nesse hiato, até mesmo o recurso à sedução de uma mulher – posta para correr pelo jovem dominicano com um tição retirado da lareira.

E então um milagre extraordinário, sobrenatural, os anjos vêem e cingem Santo Tomás de Aquino, consagrando divinamente e sobrenaturalmente a sua pureza.

Enfim, a família de Santo Tomás de Aquino acabou cedendo e pôde voltar ao convento de Nápoles. Em 1245, no momento em que se tornou maior de idade, partiu para Roma e pôde retomar o caminho de resposta ao chamamento de Deus.

Os Estudos

Foi enviado a Paris para estudar teologia sob o guia de Santo Alberto Magno. Por conseguinte, Santo Tomás de Aquino entrou em contato com todas as obras de Aristóteles e de todos seus comentadores árabes, que Santo Alberto ilustrava e explicava.

Naquele tempo, a cultura do mundo latino tinha sido profundamente estimulada pelo encontro com as obras de Aristóteles, que permaneceram desconhecidas por muito tempo. Era toda uma visão completa do mundo, desenvolvida antes de Cristo, com a mera razão.

Muitos acolheram com entusiasmo, sem crítica, esta enorme bagagem do poder antigo, sobretudo porque parecia renovar vantajosamente a cultura, abria horizontes totalmente novos. Contudo, outros temiam que o pensamento pagão de Aristóteles estivesse em oposição à fé cristã e rejeitavam estudá-lo.

Encontraram-se duas culturas: a cultura pré-cristã de Aristóteles, com a sua racionalidade radical, e a cultura clássica cristã.

Determinados ambientes eram impelidos à rejeição de Aristóteles também pela apresentação que se fizera deste filósofo por parte dos comentadores árabes Avicena e Averroes.

Esses comentadores tinham ensinado que os homens não dispõem de uma inteligência pessoal, mas que só existe um único intelecto universal, uma só substância espiritual, comum a todos, que age em todos como “única”: portanto, uma despersonalização do homem.

Outro ponto questionável, veiculado pelos comentadores árabes, era aquele segundo o qual o mundo é eterno, como Deus. Compreensivelmente, desencadearam-se disputas infinitas nos mundos universitários e eclesiásticos. A filosofia aristotélica ia-se difundindo até entre pessoas simples.

Fé e Razão

Santo Tomás de Aquino mostrou que entre Fé Cristã e razão subsiste uma harmonia natural. E foi esta a grande obra de Santo Tomás de Aquino. Naquele momento de desencontro entre duas culturas – naquele momento em que a Fé devia render-se perante a razão – demonstrou que elas caminham a par e passo, que quanto parecia ser razão não compatível com a fé não era razão.

E aquilo que parecia ser fé não era tal enquanto se opunha à verdadeira racionalidade; deste modo, ele criou uma nova síntese, que veio a formar a cultura dos séculos seguintes.

Na escola de Santo Alberto Magno, Santo Tomás de Aquino desempenhou um trabalho de importância fundamental para a história da Filosofia e da Teologia, porque não dizer para a história da cultura. Estudou profundamente Aristóteles e seus intérpretes, sem se apoiar mais unicamente nos comentadores árabes.   

Os dominicanos e os franciscanos se uniam quando era o caso de defender os mendicantes diante dos seculares. Os dominicanos ou, mais exatamente, os frades pregadores (OP), que tinham tido seus começos cerca de 1215, por iniciativa do cônego espanhol São Domingos de Gusmão (c. 1170-1221).

Junto com os franciscanos (Ordem dos Frades Menores – OFM), cuja origem deriva de São Francisco de Assis (1181/82-1226), representavam uma nova forma de vida religiosa. Os dominicanos e os franciscanos estabeleceram suas casas (conventos) nas cidades, recorriam à mendicância para sobreviver à pregação.

O que Santo Tomás de Aquino queria mesmo era conhecer a Deus e transmiti-lo aos outros. Vem daí que ele tenha se tornado um frade dominicano e professor de teologia.

Doutor Professor

Por ordem formal do Papa Alexandre IV (1243-1254), Santo Tomás de Aquino tornou-se professor da Universidade de Paris, o centro mundial da Teologia, juntamente com São Boaventura. Em Paris, de aluno passou a mestre de Filosofia e Teologia. Ensinou depois em Orvieto, Roma e Nápoles.

Os estudantes entusiasmavam-se com as suas lições. Além do estudo e do ensino, Santo Tomás de Aquino dedicou-se inclusive à pregação pública. E também o povo ia ouvi-lo de bom grado.

Diria que é verdadeiramente uma grande graça quando os teólogos sabem falar com simplicidade e fervor aos fiéis. 

Santo Tomás de Aquino habitualmente estava em oração diante do crucifixo.

Em uma manhã, na Capela de São Nicolau, em Nápoles, Domingos de Caserta, o sacristão da igreja ouviu um diálogo. Santo Tomás de Aquino perguntava, preocupado, se aquilo tudo que tinha escrito sobre os mistérios da fé cristã era correto. E o crucificado respondeu-lhe:

Tu falaste bem de mim, Tomás. Qual será a tua recompensa

E a resposta que Santo Tomás de Aquino deu é aquela que também nós, amigos e discípulos de Jesus, sempre gostaríamos de lhe dizer:

Nada mais do que Tu, Senhor!

Morte Prematura

Os últimos meses da sua vida terrena permanecem circundados por uma atmosfera particular, diria misteriosa. Em dezembro de 1273, ele chamou o seu amigo e secretário Reginaldo para lhe comunicar a decisão de interromper todos os trabalhos.

Isso porque, durante a celebração da Missa, tinha compreendido, a partir de uma experiência sobrenatural, que tudo aquilo que tinha escrito até então era apenas “um monte de palha”. É um episódio misterioso, que nos ajuda a compreender não só a humildade pessoal de Santo Tomás de Aquino, mas também o fato de que tudo o que conseguimos pensar e dizer sobre a Fé.

Por mais elevado e puro que seja, tudo o que existe é infinitamente ultrapassado pela grandeza e pela beleza de Deus, que nos será revelada plenamente no Paraíso.

Santo Tomás de Aquino tinha apenas 48 anos quando morreu no dia 07 de março de 1274, no mosteiro cisterciense de Fossanova. Estava de viagem para o Concílio de Lion, convocado por Gregório X (1271-1276). 

No dia seguinte à morte de Santo Tomás de Aquino, os mestres da Sorbonne, Paris, dirigiram uma carta ao Capítulo geral dos dominicanos onde diziam que Santo Tomás de Aquino era “a estrela que guia o mundo, o sol que preside o dia”.

Canonização e Doutoramento

Cinquenta anos depois de sua morte, Santo Tomás de Aquino foi canonizado pela Igreja e, em 1567, foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa São Pio V (1556-1572). Em vida já era chamado de “Doutor Angélico”.

Leão XIII, com a Encíclica Aeterni Patris, o considerou o guia oficial dos estudos filosóficos e teológicos, e todos os papas subsequentes exaltaram sua sabedoria e seu gênio. Isto não quer dizer que a Igreja impôs o tomismo como filosofia única, mas como “doutrina segura”

No século XIII, a Igreja teve grandes expoentes da Escolástica, Filosofia, Teologia e outras ciências. Entre eles podemos citar os santos doutores da Igreja: Santo Alberto Magno, Santo Tomás de Aquino, Santo Antônio, além de São Boaventura e Roger Bacon.

Santo Tomás de Aquino foi herdeiro de Santo Alberto Magno.

Obras e Herança

Santo Tomás de Aquino foi professor, escritor e conselheiro dos papas. Assistiu na corte pontifícia aos Papas Alexandre IV (1254-1261), Urbano IV (1261-1264) e Clemente IV (1265- 1268), como teólogo oficial da Cúria Romana.

Era antes de tudo um intelectual. Imerso nos estudos seguidamente perdia a noção de tempo e de lugar. Seus estudos foram proveitosos a todos. Sua norma era: “oferecer aos outros os frutos da contemplação”.

Seus escritos constituem um dos maiores monumentos de Filosofia e Teologia católicas.

Sua obra principal é a Suma Teológica. Trata-se de uma síntese da Teologia. A Suma Teológica permaneceu incompleta e, todavia, é uma obra monumental: contém 512 questões e 2.669 artigos.

De 1265 a 1268, Santo Tomás de Aquino residiu em Roma onde, provavelmente, dirigia um Studium, ou seja uma casa de estudos da Ordem, e onde começou a escrever sua Suma Teológica, que tem sido comparada com as catedrais góticas da época.

São vastíssimos os títulos das obras de Santo Tomás de Aquino, isto num tempo que era difícil escrever. Algumas destas além da Suma Teológica:

  • Escritos exegéticos sobre Isaías, Jó, Cântico dos Cânticos, Evangelhos de São Paulo.
  • Inumeráveis Sermões.
  • Suma Contra os Gentios.
  • Livros filosóficos sobre Lógica, Física, Ciências Naturais, a Moral, a Política e a Metafísica.
  • Comentários às Obras de Aristóteles (inacabados) e, muitas obras teológicas fruto das questões disputadas com seus alunos. 

Na composição dos seus escritos, era coadjuvado por alguns secretários, entre os quais o irmão dominicano Reginaldo de Piperno, que o acompanhou fielmente e com o qual o ligava uma amizade fraterna e sincera, caracterizada por uma grande confidência e confiança

Causos e Orações

Santo Tomás de Aquino era corpulento, contemplativo e devoto. Respeitava a todos e por todos era amado. Conta-se que, em Colônia, os colegas de Santo Tomás de Aquino lhe puseram o apelido de “Boi mudo da Sicília”.

Tomás era de ascendência alemã por parte da mãe Teodora, tendo uma composição física bastante robusta. Um dia em sala de aula, um colega foi até a janela e disse a Santo Tomás de Aquino:

Um burro voando, venha frei Tomás!

Tomás se levantou e foi até a janela e disse:

Eu sei que é pouco provável que um burro voe, mas achava eu que era mais fácil um burro voar do que um frade mentir.

Como todos os santos, também Santo Tomás de Aquino foi um grande devoto de Nossa Senhora. Ele definiu-a com um apelativo maravilhoso: Triclinium totius Trinitatis, triclínio, ou seja, lugar onde a Trindade encontra o seu descanso porque, em virtude, da Encarnação.

Em nenhuma criatura como nela as Três Pessoas Divinas habitam e sentem a delícia e a alegria por viver na sua alma cheia de graça.

A profundidade do pensamento de Santo Tomás de Aquino brota – nunca o esqueçamos – da sua fé viva e da sua piedade fervorosa, que expressava em orações inspiradas, como esta em que pede a Deus:

Concedei-me, suplico-Vos, uma vontade que vos procure, uma sabedoria que Vos encontre, uma vida que Vos agrade, uma perseverança que Vos espera confiadamente e uma confiança que no final chegue a possuir-Vos.

Oração de Santo Tomás de Aquino para pedir sabedoria.
Trabalho de conclusão da Disciplina Quadros de História da Igreja do Curso Luz e Vida apresentado pela aluna Vera Lucia Gomes Bernardo.

Escrito por Equipe Tenda do Senhor

Grupo de Oração Tenda do Senhor

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