Dando continuidade ao nosso estudo sobre os dogmas marianos, vamos falar sobre o segundo dogma mariano da virgindade perpétua de Maria, que afirma que Ela é virgem ao longo de toda sua vida, ou seja, Ela foi virgem antes, durante e depois do parto.
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Apesar da virgindade de Maria remontar às origens do cristianismo, esse assunto sempre causou muita polêmica ao longo da história da Igreja, pois o fato de uma virgem dar à luz não era compreendida.
Os Concílios
No segundo Concílio de Constantinopla, Nossa Senhora foi chamada várias vezes pelo epíteto de “Mãe de Deus e sempre virgem”, mas a questão da virgindade perpétua de Maria foi totalmente esclarecida pelo Papa São Martinho I, no Concilio de Latrão (649), quando proclamou:
Se alguém não confessa de acordo com os Santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptivelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída, ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado.
As Sagradas Escrituras e o Catecismo
Podemos observar várias passagens da Sagrada Escritura que citam Nossa Senhora como sendo virgem, como:
Uma virgem conceberá e dará à luz a um filho.
Isaías 7, 14
O próprio anúncio do Anjo Gabriel a Maria:
O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria.
cf. Lucas 1, 26s
E ainda:
Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti e a força do Altíssimo te envolverá com sua sombra.
cf. Lucas 1, 34s
Além disso, Maria permaneceu Virgem também durante e após o parto de Jesus, que foi um parto milagroso, não podendo se entender pela biologia. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, temos:
O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal de sua mãe.
CCE 499
A Igreja
A Igreja, à semelhança de Maria, é uma virgem desposada a um único Esposo, que é Jesus Cristo. Nossa Senhora deu à luz corporalmente a Cabeça do Corpo Místico de Cristo, e a Igreja dá à luz espiritualmente os membros desse Corpo.
Dessa forma, tanto em Maria quanto na Igreja, a virgindade perpétua não impede a fecundidade, assim como a fecundidade não destrói a castidade, pois a pureza da Igreja, semelhante à de Maria, está na integridade da fé, da esperança e da caridade.
A castidade de Maria e da Igreja estão, assim, intimamente ligadas ao Senhor Jesus.
Para saber mais:
IV Domingo de Advento – Papa Bento XVI (ANGELUS – Praça de São Pedro – 18 de Dezembro de 2011).