Não sei se você já parou para refletir em alguma das histórias do Antigo Testamento, mas, se sim, certamente já ouviu falar que o povo de Israel passou 40 anos no deserto, enquanto era guiado por Moisés. E ele era um homem só – tinha suas fragilidades e momentos de fraqueza -, mas Deus sempre esteve com ele e administrava todo o peso daquela responsabilidade incrivelmente grande.

Moisés, no deserto, intercedia, ouvia a voz de Deus e transmitia ao povo. Animado, o povo começava obedecendo, mas, com o passar do tempo, voltava a se desviar, reclamar e se rebelar contra Deus.

Quando o povo caminhava sob o sol escaldante, Deus era nuvem, abrigo; quando caminhava durante a noite, coluna de fogo; na fome, providenciava comida; na sede, fazia jorrar água das pedras. A glória de Deus nunca faltou.

Já o povo, que tinha a fé frágil, nunca estava satisfeito, não parava de reclamar. E todas as queixas desaguavam em Moisés, o escolhido de Deus. O povo reclamou, reclamou, reclamou e reclamou. Tudo o que Deus fazia e promovia parecia não ser o suficiente. O povo achava que o que Deus fazia era insuficiente!

O deserto não seria o fim

Deus havia prometido uma terra boa ao seu povo. Os seus não seriam mais escravos, vivendo sob o jugo do faraó, privados da liberdade dos filhos de Deus. Entretanto o povo tinha a cabeça dura e não parava de reclamar.

Repito: o povo tinha a cabeça dura e não parava de reclamar. Deus sofria com eles, exortava-os através de sua ferramenta de destaque escolhida (Moisés) e eles não se davam por satisfeitos. Fizeram de um tudo: birra, orgia, culto a uma divindade pagã – chegaram ao ponto de esculpir um bezerro de ouro e a adorá-lo.

Ainda assim, nenhuma dessas parece ter sido a maior dor de Moisés. Fico pensando no momento em que o deserto chegou ao fim, quando o povo de Israel estava às portas da terra prometida, terra onde corre leite e mel.

Ali, o lugar que prometeu dar ao seu povo. Justamente ali, vislumbrando a gloriosa vontade do Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó. Ali! Arrisco dizer que foi ali, naquele último pelo povo de Deus, que Moisés mais sofreu: o povo duvidou de novo.

Mais uma vez: e o povo duvidou do Senhor, mas foi a última vez. Última vez porque o Senhor decide seguir sua obra somente com a pequena parcela fiel. E manda Moisés, no final do deserto, às portas da realização da promessa, dizer:

“Nenhum daqueles que me desprezaram a verá. Ouvi as murmurações que os israelitas proferem contra mim. Dir-lhes-ás: juro por mim mesmo, diz o Senhor, tratar-vos-ei como vos ouvi dizer. Vossos cadáveres cairão nesse deserto.”

Números 14,23b.28-29

A glória de Deus no deserto

Só tenta imaginar a dor de Moisés. 40 ANOS no deserto para, no final, ser mandado voltar e morrer. E Moisés obedeceu. E morreu. Mas sofreu! Como sofreu!

Deus sempre aproveita a parcela – por menor que seja – dos bons fieis, daqueles que somente se ocupam em cumprir sua santa vontade, daqueles que dão seu sangue, daqueles que a vontade do Senhor como o ar que se respira.

Embora Deus seja misericórdia, também é justiça. Portanto, tanto aquele que faz a vontade do Senhor quanto aquele que a despreza terá seu pagamento.

Logo, há somente uma escolha a se fazer. E esta passo pra você agora: você quer fazer parte da parcela que entra na terra prometida ou na que é condenada a padecer no deserto, por desprezar o Senhor?

A luta é constante, por isso sugiro que você leia um de nossos textos, que fala sobre a infantilidade espiritual e o progresso em na vida de santidade. Ah, e também tem nosso podcast sobre estar no deserto com Deus. Ouça.

Escrito por João Guilherme Ferreira

Membro da equipe apaixonado por Virtudes, Temperamentos, cerveja e pizza.

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