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O que é virtude?

Muitos falam sobre virtude e vício, poucos explicam o que é.

menino trabalhando menino e virtude

Virtude… Eis aqui um assunto sobre o qual muitos falam e poucos sabem. Estranho, não é? Sim! Vamos procurar entender o que a Igreja ensina para não sermos falsos entendidos de um assunto que, mais que sabido, deve ser vivido.

Antes de falarmos sobre virtude, é necessário que entendamos uma coisa: somos livres! Deus não nos criou para sermos seus bonecos, controlados e manipulados. Não! Ele nos criou livres para que usemos nossa liberdade para amá-Lo verdadeira e inteiramente. Então, o que o Catecismo da Igreja Católica tem para nos dizer sobre isso?

A liberdade é o poder, beaseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo, portanto, de praticar atos deliberados. A liberdade é, no homem, uma força de crescimento e amadurecimento na verdade e na bondade. A liberdade alcança sua perfeição quando está ordenada para Deus.

Catecismo da Igreja Católica, §1731

O que é liberdade?

Como pessoas livres, temos poder de escolher o que, quando e como fazer, se fazer. É isso que nos ensina o Catecismo. Você pode pensar: “isso eu já entendi! Quero saber o que é virtude!!!”

O Catecismo nos ensina:

A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer ao bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem, procura-o e escolhe-o na prática.

Catecismo da Igreja Católica, §1803

Enquanto a liberdade é a capacidade que Deus nos dá para agir, a virtude é a boa ação. Ou seja, é toda ação que tem por objetivo e consequência nos aproximar de Deus! As virtudes são, basicamente: temperança, prudência, justiça, fortaleza, fé, esperança e caridade.

Virtudes cardeais e virtudes teologais

As virtudes são basicamente sete e cada uma delas está ligada a um dos sete dons do Espírito Santo. Focando nas virtudes, vemos que elas estão classificadas em dois grupos: virtudes humanas (ou virtudes cardeais) e virtudes teologais.

As virtudes cardeais, bem como o nome sugere, servem para dar direção à nossa caminhada como os pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste, etc) nos dão sentido de direção. São elas: temperança, prudência, justiça e fortaleza.

Dentre as virtudes, o grupo das cardeais são as voltadas para o trato entre os homens, são atos bons que levam a uma convivência boa, justa e estável, e aproximam de Deus. As virtudes teologais são virtudes voltadas exclusivamente para o relacionamento com Deus. São elas: fé, esperança e caridade.

“Ué, espera! Mas vocês estão errados, porque eu posso praticar caridade com meu irmão que sente fome!”

Sim e não. Porque quando você pratica caridade, você não faz ao irmão mas ao próprio Cristo que passa fome no irmão, porque Ele mesmo ensinou:

porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. Perguntar-lhe-ão os justos: – Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar? Responderá o Rei: – Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.

Mt 25, 35-40

A caminhada nas virtudes: meu campo de laranja

Sendo a virtude uma disposição firme e prática para o bem, dispondo de todas as forças sensíveis e espirituais, torna-se possível fazer a conexão da caminhada cristã ao trabalho manual.

Portanto, usemos o exemplo de uma plantação! Suponhamos que uma pessoa tenha um pedaço de terra fértil para o plantio. Essa mesma pessoa percebe que dentre tantas coisas que possui, faltam-lhe laranjas, fonte de vitamina C, que é essencial para sua saúde.

E a pessoa quer ter laranjas, porque sabe como são gostosas, benéficas e como sua vida seria melhor se, sempre que quisesse, pudesse dispor de suas próprias laranjas…

Logo que analisa sua realidade e percebe que é possível realizar esse desejo, começa a trabalhar para atingir seu objetivo: escolhe as sementes, cava um buraco no solo, cobre com terra, e rega. Cuida. Rega, cuida, rega, cuida… até que em determinado momento surge o primeiro brotinho de laranjeira. E o trabalho acaba? Não.

Então ela continua. Rega e observa, rega e cuida, rega e preserva. Continuando assim, depois de algum tempo, as primeiras flores, as primeiras laranjas começam a nascer e desenvolver até ficarem prontas para o consumo.

“Ok! Mas o que exatamente isso tem a ver com virtude?”

Ué! Tudo! A pessoa é você; falta de vitamina C é sua má inclinação ao pecado; a vitamina C é o remédio; a virtude é o meio pelo qual você receberá a cura para seu mal, o pecado.

Assim como na caminhada cristã, numa plantação é necessária uma disposição firme e habitual para se fazer algo. Senão, a semente nem brota. Ou, então, o broto não cuidado morre. A planta seca e sua flor, murcha; o fruto apodrece.

Ah! Você chegou até aqui!

É difícil progredir, mas muito fácil perder. Afinal de contas, não seria possível experimentar com consciência as delícias da castidade na temperança se não fosse sofrido resistir às investidas do mundo!

Assim como são sete as virtudes, são classificados também em sete o número de pecados capitais. Sobre eles, falaremos nas próximas formações! E, talvez, façamos um itinerário entre virtudes e pecados para entendermos qual virtude é contrariada por qual pecado e a melhor maneira de combatê-los.

Tudo será baseado no Catecismo da Igreja, na Palavra de Deus e em obras de teologia, tais como a Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino e o Compêndio de Teologia Ascética e Mística, de Adolphe Tanquerey.

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Escrito por Equipe Tenda do Senhor

Grupo de Oração Tenda do Senhor

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