“Sede minhas testemunhas”

Na Sagrada Escritura, em João 14, 16-17, o Senhor nos diz:

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.

Em nossos tempos, vivemos esta permanência do Espírito Santo em nosso meio, conosco, EM NÓS. Mas de que adianta o próprio Deus habitar dentro de nós, se isso não opera nada de diferente no nosso interior? Se não opera nenhum tipo de diferença no nosso cotidiano? Quanto a isso, o Senhor nos adverte, assim como advertiu os discípulos após Sua ressurreição (Atos 1, 6-8):

Assim reunidos, eles o interrogavam: ‘Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel?’. Respondeu-lhes ele: ‘Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo’.

O Senhor, hoje, permanece em nós, não para vivermos como se Deus não existisse, mas para O testemunharmos em nossa vida. E testemunhar ativa e passivamente.

Como Pedro no Cenáculo

Ativamente, quando precisarmos nos levantar, como Pedro no Cenáculo, para anunciar, pregar, catequizar. Quando Deus nos chamar a anunciar, ativamente, a Sua Palavra, precisamos dar nosso sim, como Maria, em palavras e obras.

Mas também há a dimensão passiva, por assim dizer, do testemunho e da evangelização, que se revela quando demonstramos a presença de Deus no nosso cotidiano. Quando, por nossos gestos, grandes e pequenos, anunciamos o verdadeiro Deus. Vemos em João 13, 35:

Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

Demonstramos este amor, testemunhamos o Senhor, em nossos abraços, em nosso olhar, quando dedicamos nosso tempo para escutar um amigo abalado. Não podemos cair na tentação de considerar como testemunho apenas aquilo que fazemos quando estamos ativamente exercendo alguma função, e deixarmos o “homem velho” agir nos demais momentos. Isso faria de nós hipócritas, rechaçados pelo Senhor e acusados por todos que estão à nossa volta.

Portanto, sejamos evangelizadores em todos os momentos de nossa vida. Vigiemos e oremos para que aquele que habita em nós realmente opere Sua graça em todo o tempo.