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Inspirações Bíblicas Missionárias #01

Na apresentação desta coluna #Minha Vida é Missão, tivemos a chance de conhecer o que é a Missiologia. A explicação é clara com o termo em si, pois é o resultado final da união de duas importantes palavras: aquela latina, ‘Missio’, que quer dizer envio, ou enviar… e aquela outra, do grego ‘Logos’, que quer dizer estudo ou conhecimento.

Portanto, Missiologia é Teologia da Missão!

E foi através de uma descrição que vimos que tudo aquilo que se refere à Missão de Jesus e da Igreja se torna o conteúdo da pesquisa e da reflexão da Missiologia. Assim, desde o mandato bíblico missionário até a atividade missionária da Igreja hoje, o seu ideal, a sua realização, os seus protagonistas, os seus destinatários e etc… tudo o que se refere ao mundo missionário é tema da Missiologia.

Agora, vamos dar passos no mundo da Bíblia. Que a Palavra de Deus nos ilumine!

Antes da Missão, o Discipulado.

É verdade que foi após a ressurreição de Nosso Senhor que Ele mesmo enviou seus discípulos em missão. O Mandato Missionário, o “Ide por todo o mundo”, Ele nos entregou após a Sua Ressurreição. Disse, inclusive, que não precisaríamos ter medo pois enviaria o Seu Espírito Santo para que fôssemos testemunhas d´Ele!

Porém, também sabemos que, muito antes deste envio, Jesus chamou os seus discípulos em vista de formá-los para a missão. E este episódio é importantíssimo!

O Discipulado é pressuposto para a Missão.

No Evangelho de São Marcos, nós lemos este texto:

Depois, subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele. Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia. Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios. Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão. Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador e Judas Iscariotes, que o entregou.

Marcos 3,13-19

Para mim, este é um texto essencial para a Vida Missionária.

Por quê? Vamos lá:

  1. Após um tempo “no monte”, ou seja, em oração e colóquio com o Pai – vejamos aqui a importância da oração – Nosso Senhor Jesus desce e chama alguns para ficarem mais próximos d´Ele. E chama os que Ele quis! Ele desejou, portanto.
  2. Chamou-os para ficarem com Ele. Chamou-os para ficarem em Sua companhia! Olha que lindo: Jesus, em primeiro lugar, não chamou para realizar algo, mas para ficarem ali, com Ele… simplesmente!
  3. E, claro, Ele quis assim porque queria ensinar a eles como agir, como fazer, como viver: esta é a categoria do discípulo. O discípulo é, em primeiro lugar, um que deseja estar com o seu mestre e aprender dele tudo… tudo o que for possível. Jesus chama-os para perto de si e os torna seus discípulos para que eles possam aprender como viver.
  4. Porém, não apenas para aprender como viver. Jesus os torna seus discípulos para que vivam como Ele viveu. Ou seja, Jesus os forma na entrega de si e no serviço aos mais necessitados, como Ele fez. O discípulo deseja ser configurado com o Seu mestre! Ele deseja ser igual ao mestre!
  5. É por isso que, depois, o evangelista Marcos disse que ‘Jesus os enviaria a pregar e expulsar demônios’! Na verdade, homem algum poderia pregar uma Boa Nova de Salvação ou ainda, expulsar demônios… mas se estes homens aprendessem e se empenhassem a viver como Ele viveu, Ele mesmo agiria neles, afim de que pudessem anunciar a alegria da salvação e realizar os sinais do Reino. A Missão é d´Ele e Ele atuará através de Seus discípulos.

O Discipulado é buscar ser, antes de fazer a Missão.

Assim, meus irmãos e irmãs, antes de sermos missionários; antes de sermos apóstolos e enviados a uma missão, nós temos que ser discípulos. Temos que assumir a nossa condição de discipulado!

E por isso,

  • Para ser discípulo de Jesus é necessário acreditar n´Ele e acreditar que Ele nos chamou.
  • Para de ser discípulo de Jesus é necessário estar com Ele, através de uma vida espiritual alimentada pela leitura e reflexão das Sagradas Escrituras, por uma vida sacramental e uma vida de oração comunitária e pessoal.
  • A fim de ser discípulo de Jesus é necessário buscar uma conversão de vida onde o confronto com a Palavra de Deus vai cortando as arestas e os nossos excessos, para que, pela graça, vamos nos configurando a Ele.
  • Para ser discípulo de Jesus é necessário que busquemos esta configuração para que Ele possa continuar em nós e através de nós a Sua missão de salvação!

Enfim, antes de qualquer atividade missionária; antes de qualquer fazer e atuar missionários, é necessário sermos discípulos de Jesus. Somente assim Ele será em nós! E quando Ele for em nós, tudo o que fizermos – como uma consequência natural – se tornará missão!

Escrito por Pe. Daniel Rocchetti, SAC

Sacerdote palotino (Sociedade do Apostolado Católico) assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB.

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