O sim da nossa redenção
Um dos diálogos mais importantes da história aconteceu no interior de uma pobre casa de Nazaré. Os seus protagonistas são o próprio Deus, que se serve do ministério de um Arcanjo, e uma Virgem chamada Maria, da casa de Davi, noiva de um carpinteiro chamado José. (Cf. Lc 1, 28-38)
Deus quis que a encarnação de Nosso Senhor fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Sua Mãe. Assim, da mesma forma que uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuiu para a nossa Salvação.
Como disse Santo Irineu, “o nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade, a Virgem Maria desligou pela fé”.
A Igreja confessa a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto. Com efeito, o nascimento de Cristo não a diminuiu, mas sagrou a integridade virginal de Sua mãe.
Em 1854, o Papa Pio IX proclamou o dogma em que “a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original”.
Por que 25 de março?
No dia 25 de março, a Igreja celebra o anúncio de que o Filho de Deus nasceria neste mundo, assumindo a condição humana. Esse dia é conhecido como dia da Anunciação. Trata-se de uma festa solene da Igreja, dada a importância de tão maravilhosa notícia para toda a humanidade.
O dia 25 de março foi escolhido para a comemoração do anúncio do nascimento do Salvador porque representa exatamente nove meses antes do Natal de Jesus, em 25 de dezembro.
A Igreja professa que, no mesmo dia em que o anjo anunciou a Maria, ela ficou grávida, por obra do Espírito Santo. Como uma gestação normal dura por volta de nove meses, contou-se, partindo de 25 de dezembro para trás, e chegou-se ao dia 25 de março.
Vida intrauterina
Ao celebrar a festa da Anunciação nove meses antes do nascimento de Jesus, a Igreja valoriza a vida humana desde a sua concepção e não só depois do nascimento. A Sagrada Escritura ainda ressalta o valor e a realidade da vida intrauterina ao relatar o encontro de Maria com sua prima Isabel, que também estava grávida.
Ao receber Maria, Isabel exclama: “Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.” (Lc 1, 44) João Batista, no seio de Isabel, e Jesus, no seio de Maria, participam do maravilhoso encontro de suas mães. Estão vivos, são pessoas e tem reações dentro do útero de suas mães.
Ave Maria
Outra dádiva maravilhosa que chegou a nós no dia da Anunciação foi a primeira parte da oração da Ave Maria. A primeira frase desta oração foi pronunciada pelo Arcanjo Gabriel.
Como os anjos são mensageiros de Deus, isto é, transmitem a Sua mensagem, podemos afirmar que a primeira frase da Ave Maria foi dita pelo próprio Deus: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.” (Lc 1, 28).
A segunda frase também foi dita por Deus, porque o Evangelista Lucas diz que: “Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
Ela exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” (Lc 1, 41-42) Se Isabel pronunciou essas palavras estando cheia do Espírito Santo, significa que o próprio Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, foi quem falou através dela.
Anunciação
Por tudo isso, a Anunciação de Nossa Senhora deve ser celebrada com alegria e gratidão por todos os fiéis. É um dia de bênçãos eternas que caíram sobre a humanidade e mudaram o rumo da história. É o dia da grande revelação da bondade, da misericórdia e do infinito amor que Deus tem por nós.