Na segunda-feira passada, lemos o Evangelho onde Maria quebra um vaso de perfume de nardo puro e Judas Iscariotes precifica esse vaso de perfume em 300 moedas. Hoje, o discípulo ladrão precifica o Senhor Jesus em 30 moedas.
Pra começar, pessoas não têm preço, têm valor. Coisificar alguém, objetificar alguém é deturpar a ordem perfeita da Criação, pois as coisas foram feitas coisas e as pessoas, pessoas. Colocar preço em alguém é o mesmo que apontar o dedo para Deus e dizer: aprendeu como se faz?
Depois, mesmo essa atitude de Judas nos parecendo estranha, é muito comum até mesmo em nossa vida. Quantas vezes vendemos nossos irmãos com nossas mentiras, nossas fofocas e nossos julgamentos? Quantas vezes colocamos nossos interesses pessoais acima dos interesses do Senhor e nos vendemos por nada?
O ladrão mostra, com sua atitude, que as coisas criadas valem mais que o seu Senhor, 10 vezes mais. E nós? Não fazemos o mesmo? Trocamos estar com Jesus por estar com os amigos. Preferimos um bom papo na porta da igreja a um momento de adoração. Trocamos uma genuflexão bem feita diante do Santíssimo Sacramento por uma vênia malfeita porque estamos com pressa ou porque estamos cansados ou com dor no joelho.
O que a Palavra de Deus quer nos mostrar hoje é que devemos estar junto ao Senhor e viver a sua vontade até o fim. Um traiu e vendeu o Senhor como um objeto qualquer, outro O negou três vezes, e quase todos os outros fugiram, apenas João permaneceu. Que nesse Tríduo Pascal aprendamos a permanecer junto à Cruz de Jesus, pois é ali que temos a vida e vida em abundância (cf. Jo 10, 10).