A devoção e invocação de Maria como sendo a nova Eva está presente desde os primeiros séculos do cristianismo. Essa tradição da Igreja se fundamenta nas palavras de São Paulo em que ele chama Cristo de novo Adão, contrapondo os dois como Cristo sendo a causa da Salvação e Adão, a da primeira queda (cf. 1 Cor 15, 20-23).
Assim também, Eva se contrapõe a Maria no sentido em que a primeira desobedece a Deus consentindo com o mal; e Maria, em sua obediência, consente na realização do mistério da encarnação redentora. (cf. Lc 1, 26-38).
Mulher
Inclusive o termo “mulher” ao qual Jesus se refere à sua mãe em alguns trechos dos evangelhos não é um termo pejorativo e\ou desrespeitoso. Esse termo se refere à perfeição de nossa primeira mãe, Eva, que foi criada à imagem e semelhança de Deus. O homem e a mulher foram criados, cada qual com suas particularidades, se complementando em suas necessidades.
No entanto, a mãe de todos os viventes levou, com sua desobediência, todos os seus descendentes à condenação eterna. Segundo a Palavra de Deus, em Gn 3,14-15, recai sobre o tentador uma maldição divina, travando uma luta entre bem e mal. A maldição se instala entre a “descendência” da serpente, ou seja, os pecadores e “descendência” da mulher, a humanidade justa.
Novo Adão e Nova Eva
Cristo é o “Novo Adão” que irá redimir com seu sangue a humanidade decaída, e Maria, a “Nova Eva”, a mãe dos que revivem em Cristo.
Dessa forma, a mulher Maria, nas bodas de Caná, foi aquela que introduziu seu Filho na vida pública da sociedade daquele tempo, nos abrindo um caminho para a Eternidade junto de Deus. E a mulher Maria aos pés da cruz foi aquela que se tornou a Mãe da nova criação.
O Concílio Vaticano II apresentou e concluiu tudo o que de seguro e universal pode ser dito e sentido sobre a missão histórica de Nossa Senhora, de forma que a doutrina da Igreja aponte um olhar de Maria não como um ser particular distante de todos os outros seres humanos, mas como seu modelo específico.
Se, de fato, Maria foi chamada para colaborar com Cristo na aquisição da graça, a Igreja é chamada para perpetuar essa cooperação na aplicação dos frutos da Redenção a todos os homens. A Igreja deve, portanto, olhar para Maria como seu modelo operante.
Maria, Nova Eva, rogai por nós.