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Introdução à Vida Missionária #02

Lugar deserto

Missiologia para a Igreja hoje

Muitas vezes, pensamos que os trabalhos na Igreja são apenas trabalhos voluntários, no sentido de que basta fazer algo ali, assim, ao improviso, que Nosso Senhor se agradaria.

É verdade, sabemos que Ele não exige competências; mas sinceramente, cá entre nós, um coração que é agradecido pelo bem experimentado, não faria sempre a mais para aquele que lhe quer tão bem? Ah, acredito que sim!

O Mandamento Missionário

Desde a sua Ressurreição, cremos que Nosso Senhor enviou a Igreja à missionar, a viver a missão, uma vida missionária, que é o testemunho desta fé n´Ele e a realização, nela, do Seu ‘estilo de vida’ por Ele. “Ide por todo o mundo”, disse Jesus Ressuscitado no Evangelho de São Mateus.

A partir de nosso Batismo, somos inseridos no seio da Igreja e, alcançados pela graça, somos tornados cristãos. E por isso, aquilo que compete à Igreja, passa também a nós: pelo batismo somos enviados à missão! Todos nós!

A Missão Eclesial ao longo dos anos

É inegavelmente verdade que este aspecto missionário da fé foi compreendido desde o início da Igreja. A comunidade primitiva não perdeu oportunidade alguma para testemunhar. Inclusive em meio às perseguições, como podemos ver nos relatos dos Atos dos Apóstolos.

E, ao longo dos anos, a Igreja percorreu caminhos e distâncias enormes a fim de se encontrar com culturas, povos e pessoas e assim, ensinar sobre Jesus e sua doutrina. Contudo, mesmo sendo consciente desta responsabilidade e deste atuar missionário, a Igreja não se debruçou sobre a missão como um artigo de estudos em si.

Desejosa de anunciar, se tornou experta na vida missionária. Porém, faltava o pensar, o refletir sobre a missão.

A Missiologia, o que é?

Assim, pouco mais de cem anos atrás, em ambiente protestante, começaram a pensar e refletir sobre a missão e a missionariedade da Igreja. Nascia então a Missiologia (do latim ‘Missio’, envio… e do grego ‘Logos’, estudo, conhecimento…)!

Pouco tempo depois, um sacerdote alemão chamado José Schmidlin (1876 – 1944) trouxe esta reflexão para ambiente católico. Esta foi a primeira cátedra de Missiologia promovida pela Universidade de Münster, na Alemanha.

Esta disciplina jovem, parte da Teologia Pastoral, se dispõe refletir academicamente sobre a Missão e sobre todos os aspectos que lhe são ligados. Numa definição descritiva que o Dicionário de Missiologia da Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma apresenta, podemos assim ler:

A Missiologia é o conjunto de conhecimento empírico e doutrinas teológicas – criticamente pesquisadas, cientificamente elaboradas, sistematicamente organizadas e metodologicamente apresentadas – que se referem à missionariedade eclesial (seu ideal e sua realização; seus agentes e destinatários; os fundamentos permanentes e suas formas variáveis; seus objetivos específicos e seu condicionamento contextual; seu desenvolvimento histórico e sua situação atual).

Verbete Missiologia – Dicionário de Missiologia da Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma

Ou seja, ela é o estudo sistemático da atividade evangelizadora da Igreja e dos meios para realizá-la. É o estudo científico da realidade missionária onde a disciplina científica e o carisma missionário desta mesma Igreja se enriquecem reciprocamente.

E poderíamos até mesmo afirmar que a missiologia deveria ser o fundamento dinâmico de todos os estudos teológicos e o coração da eclesiologia. Afinal, a Igreja existe para testemunhar!

Não leu a primeira parte da Introdução à Vida Missionária? Clique aqui!

Escrito por Pe. Daniel Rocchetti, SAC

Sacerdote palotino (Sociedade do Apostolado Católico) assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB.

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